terça-feira, 23 de novembro de 2010

A S.Ó.S


Lá estava eu no meio de toda aquela gente.
Corpos apressadamente ligeiros que não olham à sua volta,
Apenas seguem em frente.

Homens, mulheres, grandes, pequenos
viravam sombras que se perdiam com o vento.
E eu, continuava lá.

De alguns poucos, por um segundo apenas,
conseguia roubar um olhar.
Era como se por um instante esquecessem da correria
tentando me decifrar.
Não me mexia, nem ao menos conseguia falar.
Meu corpo congelava.
Tudo diferente num mesmo lugar.

Por vezes atrapalhei a passagem de alguns,
que sem pedir licença, apressadamente, andavam
Mulheres aflitas, jovens tristes e crianças impacientes.
Por alguns instantes consegui adivinhar o que pensavam,
por outros nem via tantos que por ali passavam.

Quanta gente! quanta correria!
Se fora o dia e eu ainda insistia.
Aos poucos a quantidade de pessoas diminuía,
mas não paravam.
Pareciam estar fugindo de algo,
ou ansiosos para alguém encontrar.

De repente a noite fria tomou conta daquele lugar,
que por horas se encontrava vazio.
E eu?! Ainda lá.
Gritei por alguns minutos e ninguém me notara.
Apenas a lua que fixamente me olhava.
Me perdia em pensamentos,
Enquanto meus cabelos dançavam ao vento.

Aos poucos a beleza da lua foi sendo
ofuscada pelos pingos de chuva.
Que se misturavam com as lágrimas
que do meu rosto brotava.
E eu? A única que ainda restava!
E vou continuar até o dia que,
em fim, alguém me notar!

(Hellen L.S. Souza)

Nenhum comentário:

Postar um comentário